A SEPARAÇÃO DE LÓ

 

A SEPARAÇÃO DE LÓ

Abrão, tendo sido expulso do Egito, volta até o lugar onde primeiro estivera a sua tenda, entre Betel e Ai... e aí Abrão invocou o nome do SENHOR. Isto nos faz refletir na providência de Deus: Abrão havia ido para o Egito à procura de alimento e pastagens para os seus animais, deixando a terra à qual Deus o havia indicado. Embora prosperando materialmente no Egito, ele vivia separado da sua mulher porque havia enganado a Faraó. Foi Deus que pôs fim a essa situação, obrigando-o a voltar para onde Deus o mandara ir.

Reconhecendo a mão de Deus, Abrão volta a invocar o Seu nome em Betel, um pouco ao norte de Jerusalém (Betel foi o nome dado anos mais tarde ao local por seu neto Jacó - 28:19 - e significa casa de Deus). É um exemplo para nós: embora Abrão tenha tropeçado e caído, ele volta para Deus; assim como sempre há um caminho de volta ao altar para Abrão, também existe um caminho para todo aquele que deseja retornar a Deus, pois Seus braços estão sempre abertos para recebê-lo.

Abrão trouxe duas coisas do Egito que lhe causaram muito aborrecimento: riquezas e uma serva chamada Hagar, sobre quem leremos mais adiante.

Pouco sabemos a respeito de Ló, mas parece que acompanhou Abrão até o Egito, também enriqueceu e voltou com ele. Como os beduínos de nossos tempos, eles conduziam seus animais pelas pastagens abertas existentes naquela vasta área (as propriedades eram limitadas às áreas urbanas e às cultivadas).

No entanto, eram tantos os seus animais, que houve contenda entre os empregados que cuidavam deles - os pastores, vaqueiros, etc. de Ló contra os de Abrão - porque a pastagem era insuficiente para sustentá-los a todos. Novamente é mencionado o fato que os cananeus habitavam essa terra, bem como os ferezeus, uma tribo cananita - sem dúvida bem conhecidos quando o livro foi escrito.

Tendo os cananeus por ali aumentava a necessidade de harmonia pois eles poderiam se aproveitar de alguma briga para juntar-se a uma das partes contra a outra. Além disso, os cananeus eram idólatras, e alguma briga entre Abrão e seu sobrinho Ló por motivo de suas posses materiais seria péssimo testemunho de quem adorava ao SENHOR, o verdadeiro Deus.

Abrão, para evitar alguma inimizade com Ló por causa da contenda, sabiamente propôs a Ló que se separassem, e gentilmente deu a Ló a oportunidade de escolher a direção que ele quisesse seguir.

Naquele tempo havia uma vasta planície regada pelo rio Jordão, havendo já sistemas de irrigação semelhantes às do vale do rio Nilo, no Egito. Com a catástrofe que resultou na destruição de Sodoma e Gomorra, a maior parte dessa área tornou-se num deserto. Era, porém, naquele tempo habitada por gente de muito baixo nível moral, notoriamente por homossexuais, donde vem o vocábulo sodomita.

Considerando apenas o potencial econômico daquela área, e seu próprio enriquecimento, Ló optou por ela. Tendo-se separado de Abrão, Ló ia armando suas tendas até Sodoma, isto é, foi acampando na direção de Sodoma, até chegar lá. É uma figura da degeneração moral daquele que deixa a comunhão dos que servem a Deus, a igreja, e segue atrás dos prazeres do mundo. Sua situação se torna pior do que era antes (2 Pedro 2:20).

Quando Ló se fora, o SENHOR mais uma vez falou com Abrão: Ele confirmou e ampliou as promessas anteriores, dizendo que toda a terra que ele podia ver pertenceria a ele e à sua descendência, para sempre, e que faria a sua descendência como o pó da terra, que não se pode contar.

Abrão seguiu na direção oposta à de Ló, para a terra de Canaã (neto de Noé - Gênesis 10:19) - e acampou nos carvalhais de Manre. Manre era um cananita amorreu com quem Abrão fez amizade (14:13) e um dos significados de Manre é riqueza; Hebrom significa comunhão. Este é o lugar onde Abraão foi sepultado (25:9,10) e onde ainda existe um poço, tradicionalmente conhecido como o poço de Abraão.

Em Hebrom Abrão levantou mais um altar ao SENHOR. A atitude de Abrão é um tipo daquele que aceita o plano de Deus para a sua vida, submisso, mesmo que seja necessário enfrentar inimizades ou sacrificar prazeres e bens materiais, tendo em vista servir a Deus e as promessas que cabem àqueles que lhe são fieis. Abrão não se esqueceu de levantar um altar ao SENHOR, testemunho de sua fé no Deus verdadeiro no meio daquela terra de povo idólatra.

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